[Resenha] A Diferença Invisível - Mademoiselle Caroline e Julie Dachez

A Diferença Invisível || HQ , Comics , Mangá || Julie Dachez e Mademoiselle Caroline || 192 || 2017 || Nemo 

Sinopse:
Marguerite tem 27 anos, e aparentemente nada a diferencia das outras pessoas. É bonita, vivaz e inteligente. Trabalha numa grande empresa e vive com o namorado. No entanto, ela é diferente. Marguerite se sente deslocada e luta todos os dias para manter as aparências. Seus movimentos são repetitivos e seu universo precisa ser um casulo. Ela se sente assolada pelos ruídos e pelo falatório incessante dos colegas. Cansada dessa situação, ela irá ao encontro de si mesma e descobrirá que é autista – tem a Síndrome de Asperger. Sua vida a partir daí se transformará profundamente.


J
 á faz mais de um ano que A diferença de ser invisível está na minha estante, logo quando lançou fiquei mega curiosa e acabei solicitando na antiga parceria, mas quando chegou descobri que era HQ e acabei ficando com o pé atrás e deixando de lado. Esse ano me abri a novas experiências e depois de muita insistência da Nana, acabei me rendendo as HQs, e já posso antecipar que foi muito gostoso, fazia tempo que não finalizava uma leitura em tão curto prazo.

Em A Diferença de ser Invisível vamos conhecer Margarite, uma jovem de 27 anos que possui uma postura um tanto retraída e compulsiva na vida. Apesar de morar com seu namorado e ter um trabalho agradável, Marguerite não consegue acompanhar e seguir os padrões que são impostos pela sociedade, e ao contrário da maioria das jovens, seu maior prazer é estar em casa com seus gatos e seus livros, ela detesta barulho, e alterar sua rotina pode promover grande estresse a moça.

E é buscando se enquadrar nos padrões, que a jovem busca ajuda psicológica, em busca de descobrir o porquê não consegue se encaixar no mundo, e assim ela descobre ser portadora da síndrome de Asperger. A partir desse momento as coisas se encaixam e Marguerite se torna outra pessoa.




O quadrinho é muito bem feito, a história é muito bem representada, e os quadros de cores utilizado pela cartonista passa exatamente os sentimentos proporcionados a protagonista. Logo no ínicio quando conhecemos Marguerite, seu mundo é preto no branco, nessas primeiras páginas acompanhamos sua rotina e seus incômodos com sons e atitudes de pessoas que insistem em se aproximar ou julgá-la. Logo após a sua descoberta seu mundo ganha cor.


Margarite se sente forte e destemida, normal e compreendida, o fato de encontrar pessoas que a entendam e passem pelos mesmos problemas, faz com que ela se sinta normal e desobrigada a se forçar a ser aquilo que ela não é, e essa é a parte mais bacana da história criada por Mademoiselle. A autora nos mostra o lado positivo de descobrir a doença e aprender a lidar com ela. Qualquer pessoa ao descobrir uma doença se sente injustiçada e fica triste. Mas não Margarite, o fato de saber que é diferente na sua essência a liberta de um mundo de opressão e obrigação. 

A autora nos apresenta essa síndrome de uma forma delicada e tocante, nos ensina a lidar e respeitar com o diferente, nos apresenta o preconceito e a forma mais fácil de agir com uma pessoa portadora da síndrome de Asperger. No final do livro, ainda existe um texto educativo que apresenta, exemplifica e ensina como reconhecer e lidar com um Asperger.

Com relação a HQ, minha primeira experiência foi incrível, a artista criou uma arte agradável aos olhos, de fácil compreensão, onde as cores representam a personagem, com textos bem visíveis e de fácil absorvição.

Uma leitura mais que indicada, não só pelo diferencial, mas pelo assunto abordado, uma história francesa que representa não só a autora, mas todo um mundo de pessoas que merecem muito mais respeito e compreensão. Livro lindo e querido.


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