Sinopse:
A autora best-seller do The New York Times está de volta com um romance ainda mais sombrio, intenso e assustadoramente real. Para proteger o irmão, Sloan foi ao inferno e fez dele seu lar. Ela está presa em um relacionamento com Asa Jackson, um perigoso traficante, e quanto mais os dias passam, mais parece impossível enxergar uma saída. Imersa em uma casa incontrolável que mais parece um quartel general, rodeada por homens que ela teme e sem um minuto de silêncio, também parece impossível encontrar qualquer motivo para se sentir bem. Até Carter surgir em sua vida. Sloan é a melhor coisa que já aconteceu a Asa. E se você perguntasse ao rapaz, ele diria que também é a melhor coisa que já aconteceu a Sloan. Apesar de a garota não aprovar seu arriscado estilo de vida, Asa faz o que é preciso para permanecer sempre um passo a frente em seu negócio e proteger sua garota. Até Carter surgir em sua vida. A chegada de Carter pode afetar o frágil equilíbrio que Sloan lutou tanto para conquistar, mas também pode significar sua única saída de uma situação que está ficando insustentável. Colleen Hoover não tem medo de escrever sobre assuntos delicados e Tarde demais prova isso. Perpassando as formas mais cotidianas de machismo até as formas mais intensas e cruéis de abuso, a autora mergulha na espiral atordoante que é um relacionamento abusivo.
Oi, gente! Faz tempo que não passo por aqui, né? Mas volto com um TIRO que foi esse livro da CoHo. Quem me conhece, sabe que eu amo demais essa mulher e que ela sempre surpreende. A admiro como a leitora voraz que sou, mas principalmente como escritora, pois ela sempre se desafia, escreve personagens cativantes, e entra realmente na mente deles, nos mostrando que nunca é tudo preto no branco.
Ele é arrogante, tem temperamento forte, é difícil lidar às vezes. Mas me ama. Ele me ama para cacete. E eu estaria mentindo se dissesse que não o amo também. Se pudesse, eu mudaria muitas coisas em Asa, mas ele é tudo que tenho no momento, então aguento. Ele me trouxe para casa quando eu não tinha mais para onde ir. Ninguém mais com quem contar. Só por esse motivo eu o aturo. Não tenho escolha.
Os personagens de Colleen Hoover: Asa, Sloan, Carter
A melhor parte desse livro, para mim, é o fato da narrativa alternar entre Asa, Sloan e Carter. É inteligentíssimo da parte da CoHo nos fazer assistir essa história - sem poder ajudar, sem poder mudar nada - pelo ponto de vista dos três protagonistas. Sim, os três são protagonistas dessa história. E a grande inovação é entender a mente doentia, massacrada e deturpada de Asa. Para mim, essa foi a parte mais difícil. Ao mesmo tempo que eu sentia nojo do seu comportamento, eu sabia que existia muita coisa por detrás dele.
Além disso, é difícil não se compadecer com Sloan. Tudo o que ela passou e ainda passa por causa do irmão. Mas, mais do que isso, ela passa por esse relacionamento abusivo porque ela realmente acredita que não tem escolha. Nós sempre temos escolha. Não devemos aguentar esse tipo de relacionamento por nada no mundo. Nada vale a gente perder nossa humanidade. Mas, o amor que ela tem por seu irmão e a visão de mundo tão pequena, porque ela ainda é jovem, porque não teve oportunidades e por tantas outras coisas... A faz pensar que o mundo é assim. Nos sentimos diminuídas juntos com ela.
Carter parece o príncipe encantado para muita gente. Para mim, ele é apenas humano. Alguém com falhas, alguém que definitivamente não é bom no trabalho dele (quem ler, vai entender), mas que ao mesmo tempo teve mais oportunidades do que Asa e Sloan e, por isso, tem uma visão de mundo diferente. Mas, ao mesmo tempo, ele quer ser o herói, quer salvá-la de tudo isso. E ele mostra o que o mundo pode ser, como o afeto poder ser, como é ser livre.
O enrendo de Tarde demais:
Diferente de todas as outras obras da autora, esse romance é sombrio, perverso e doentio. Vemos até onde o ser humano pode chegar, como muitas crianças sofrem nas mãos de pais descontrolados, como adolescentes tem que crescer depressa, como meninas são ingênuas e vulneráveis e perdem isso depressa demais porque o mundo exige, os homens demandam o que não são deles. Como o sentimento de posse é horrível.
São tantas as sensações horrorosas que sentimentos ao ler esse livro, tantos gatilhos que pulsam em nossa mente que é difícil descrever. E falando assim, parece que não é um bom livro para se ler. Mas, justamente ao contrário. Toda a bagagem da CoHo faz esse livro ser muito necessário. Ela não romantiza nada, ela mostra a verdadeira face e nos faz perceber que não tem nada de belo no abusador, não tem nada de belo em quem é abusada e não tem nada de belo em quem quer ajudar. Não há beleza nessa história, há apenas a verdade nua e crua em uma narrativa eletrizante, de embrulhar o estômago e que quando você acha que finalmente vai dar um suspiro, te chuta para o chão de novo.
Mas, esse livro também mostra que a vida não é para ser fácil mesmo. Ninguém nunca nos prometeu isso e que, mesmo assim, a gente escolhe como vai lidar com toda a sujeira que nos é passada.
É uma obra para você ler com a mente aberta, o estômago preparado e em um momento que você esteja emocionalmente bem. Senão, esse livro vai acabar com você e vai ser tarde demais para voltar atrás. Depois que você começa, não quer parar. A história é muito boa mesmo.
O que vocês acham desses romances que nos viram do avesso e depois nos reviram de novo? Já leram esse livro? Me contem nos comentários!
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