Resenha || Máquinas Mortais #01 - Philip Rheeve

Máquinas Mortais - Livro 01 || Crônicas das Cidades Famintas #01 || Mortal Engines Quartet ||  Ficção-Cientifica , Sci-Fi , Distopia , Steampunk || Philip Rheeve || 320 || 2018 || HapperCollins Brasil  

Sinopse:
Neste mundo criado por Philip Reeve, a humanidade quase teve um fim em um conflito nuclear e biológico chamado de Guerra dos Sessenta Minutos. O mundo virou um descampado, a tecnologia foi praticamente extinta e todos os esforços humanos se voltaram para um único objetivo: fazer suas cidades sobreviverem. Para isso, elas precisam se mover, se tornando Cidades de Tração, para se afastar da radioatividade e doenças. Londres é uma grande cidade e está sempre em busca de novas cidades para se alimentar, como dita o Darwinismo Municipal: metrópoles consomem as cidades menores, que consomem vilarejos e assim por diante... No meio de um ataque de Londres à uma cidadezinha desesperada, Hester Shaw, uma menina com uma cicatriz horrível, tenta matar Thaddeus Valentine, o maior arqueólogo da metrópole. Valentine é salvo por Tom Natsworthy, um historiador aprendiz de terceira classe. De repente, ambos acabam caindo para fora da Cidade de Tração. Agora perdidos no vasto Campo de Caça, sem uma cidade para protegê-los, os dois precisam unir forças para alcançar Londres e sobreviver a um caminho cheio de saqueadores, piratas e outras Cidades de Tração. Além disso, ao que tudo indica Londres está planejando um ato desumano, envolvendo uma arma não usada na Guerra dos Sessenta Minutos, que pode dar fim ao pouco que restou do planeta...

Máquinas Mortais é uma distopia fantástica, que possui como pano de fundo uma Londres destruída após uma Guerra Nuclear, nomeada Guerra dos sessenta minutos, após a destruição em massa dos solos e da natureza, os seres humanos se viram obrigados a viverem acima da terra para fugir da radioatividade.

Sendo assim, as pessoas agora habitam naves de tração, vivem acima do solo, apenas rodando pelas terras e comendo naves menores, o mundo chegou a nova categoria de Darwinismo, onde as maiores cidades, devoram e destroem as menores. E é nesse cenário que vamos conhecer e acompanhar Hester Shaw, uma jovem que só busca vingança e paz.


Era natural que cidades comessem vilas, assim como as vilas comiam vilarejos, e vilarejos pegavam pequenos assentamentos. Isso era Darwinismo Municipal, e esse era o jeito que o mundo funcionava há mil anos.


Hester era pequena quando seus pais foram assassinados por Thaddeus Valentine, um historiador de primeira categoria da Nova Londres, mas seus fãs e admiradores não sabem do que ele é capaz para manter sua filha Katherine em alta estima na sociedade com tudo do bom e do melhor, mas seu segredo virá à tona quando Hester conseguir entrar na nave e tentar matá-lo.

Tom é um historiador de terceira classe, após perder os pais em um acidente ficou sozinho de todas as formas possíveis, e apesar de conviver com dezenas de historiadores no museu, ainda sim se sente só. Ele é grande fã de Valentine, e quando vê a oportunidade de ficar perto do mesmo na expedição da nova nave devorada por Londres, não perde a oportunidade, é nesse passeio que sua vida muda para sempre. Após salvar Valentine de Hester, o mesmo vai parar no solo com a menina desconhecida e transfigurada. Perdidos nas terras baixas, Tom só deseja voltar para casa e Hester só deseja vingança daquele que destruiu sua família e seu futuro.

No inicio a leitura é bem confusa, o autor não nos apresenta seu mundo, apenas nos joga na aventura através dos olhos de Tom, um personagem que tinha tudo pra ser cativante, mas que me deixou irritada por boa parte dela, se negando a ver o que estava bem na frente dos olhos. Hester por outro lado, é a revolta em pessoa, não se importa em estar viva ou morta, apenas em se vingar e matar Valentine.

O mundo criado por Philip é complexo e bem estruturado, mas nem de longe se torna impossível se levado em consideração a ambição da humanidade e as guerras inúteis que são travadas ao redor do nosso mundo atual, e apesar de confuso, aos poucos você vai se conectando com a história e entendendo os acontecimentos, se ambientando e passando a gostar do que lê.

Eu tento ser legal. Ninguém nunca fez com que eu me sentisse querida antes, do jeito que você faz. Então tento ser amável e sorridente, como quer que eu seja, mas vejo meu reflexo(...) só consigo pensar em coisas terríveis(...)

Com relação aos personagens, de todos eles, a que mais me surpreendeu foi Katherine, a filha de Valentine, que tinha tudo para ser uma coadjuvante, mas que deu um show de astúcia, descobrindo não só os podres do próprio pai, mas também a inocência de Hester, além de desabrochar durante o enredo.

Máquinas Mortais é o primeiro livro de uma série lançada em 2001, mas que só chegou ao Brasil em 2018. Recentemente o livro teve o lançamento de sua adaptação nos cinemas e vem fazendo um tremendo sucesso com os fãs de Distopias e Steampunk, e claro, agora me sinto na obrigação de assistir o filme e conferir com meus próprios olhos.

Apesar do livro ser de um gênero que eu amo muito, confesso que não consegui me conectar da forma que gostaria com a história, fiquei sem saber quem era o personagem principal, além do desejo de dar uns tapas no Tom ter me acompanhado a saga toda. Tudo parece muito muito raso, e com uma análise mais profunda a impressão que dá, é de que o autor está usando o primeiro livro para nos ambientar no cenário criado, ou seja, teremos que esperar os próximos capítulos para saber onde tudo isso vai dar.

A escrita do livro é bem gostosa, e apesar de algum momentos confusos é possível acompanhar com facilidade a trama e os personagens. Se você gosta de Distopias e livros de grande aventura com máquinas e mundos distópicos surpreendentes e bem desenvolvidos, então Máquinas Mortais é para você!!


Conheça a adaptação cinematográfica:




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