[Resenha] Dumplin' #01 - Julie Murphy

Dumplin' Livro 01 || Cresça e apareça. Faça e aconteça! || Dumplin' #01 || Julie Murphy || Romance , YA || 336 || 2017 || Valentina 

Sinopse:
Especialmente para os fãs de John Green e Rainbow Rowell, apresentamos uma destemida heroína e sua inesquecível história sobre empoderamento feminino, bullying, relação mãe e filha, e a busca da autoaceitação. Sob um céu estrelado e ao som de Dolly Parton, questões como o primeiro beijo, a melhor amiga, a perda de alguém que amamos demais e “estou acima do peso e ninguém tem nada com isso” fazem de Dumplin’ um sucesso que mexerá com o seu coração. Para sempre. Gorda assumida, Willowdean Dickson (apelidada de Dumplin’ pela mãe, uma ex-miss) convive bem com o próprio corpo. Na companhia da melhor amiga, Ellen, uma beldade tipicamente americana, as coisas sempre deram certo... até Will arrumar um emprego numa lanchonete de fast-food. Lá, ela conhece Bo, o Garoto da Escola Particular... e ele é tudo de bom. Will não fica surpresa quando se sente atraída por Bo. Mas leva um tremendo susto quando descobre que a atração é recíproca. Ao contrário do que se imaginava – a relação com Bo aumentaria ainda mais a sua autoestima –, Will começa a duvidar de si mesma e temer a reação dos colegas da escola. É então que decide recuperar a autoconfiança fazendo a coisa mais surreal que consegue imaginar: inscreve-se no Concurso Miss Jovem Flor do Texas – junto com três amigas totalmente fora do padrão –, para mostrar ao mundo que merece pisar naquele palco tanto quanto qualquer magricela.


N
 ão é novidade pra ninguém, que cada vez mais o mundo literário vem colocando em debate assuntos importantes da atualidade como sexualidade, gêneros e obesidade. Isso já faz muito tempo, e a cada dia surgem novas obras, umas muito boas, outras nem tanto, mas tudo depende do ponto de vista.

(...) Às vezes, descobrir quem você é implica entender que o ser humano é um mosaico de experiências. (...)

Quando iniciei a leitura de Dumplin, acreditei fortemente que iria encontrar uma adolescente obesa que estava muito feliz com seu corpo e que daria um tapa na cara da sociedade no quesito “padrões corporais”, mas não foi bem assim, Will até era feliz e confortável com seus padrões, mas bastou aparecer um garoto bonito e foi tudo pelo ralo.

Wiloowdean é uma adolescente comum, mas que foge aos padrões impostos pela sociedade, Will é gorda, e tudo bem, ela não se incomoda mas o fato de sua melhor amiga ser magra tipo modelo e sua mãe ser a diretora e ganhadora do evento Miss Jovem Flor do Texas não ajuda em nada sua vida.

Sua mãe segue o padrão, e apesar de não admitir, fica explícito que se incomoda com a aparência da filha, seja pelo apelido nada carinhoso: Dumplin ( bolinho de massa ) ou pelas vezes em que convida a filha para assistir um programa de perda de peso.

Mas até aí beleza, Dumplin realmente não se incomoda, mas quando enfim ela inicia um romance com seu colega de trabalho Bo, um rapaz gato e totalmente dentro dos padrões, seu amor próprio começa a ruir... e as inseguranças começam a dominá-la ao ponto dela começar a ter vergonha de si mesma. E movida por esses sentimentos contraditórios Will resolve se inscrever no concurso de beleza, primeiro para homenagear a tia falecida, mas são outros motivos que a fazem permanecer até o fim.

(...)Nunca pensei que me importasse com o que via no espelho. Mas Bo estragou isso. E deveria ser mais fácil gostar de nós mesmos quando outra pessoa gosta.

Will acaba servindo de exemplo para outras meninas da sua escola que resolvem se inscrever também, e assim elas montam um grupo completamente fora dos padrões que promete sofrer muito bullying por sua escolha.

Quando na sinopse vi que ela faria isso, fiquei esperando que houvesse um motivo pesado e uma lição valiosa na atitude de Will, mas conforme os capítulos vão passando, fica cada vez mais visível que ela está perdida, desgostosa consigo mesma por causa de um garoto e que está sendo mega egoísta com relação a tudo.

No final das contas, a única personagem que representa bem a mensagem que o livro deveria passar é Millie, que apesar de estar fora do peso, é autoconfiante e se ama do jeito que é, sem medo de humilhação ao da opinião alheia!!! E que se escreveu no concurso porque sempre foi seu sonho.

Will é egoista, e por mais que seja adolescente não concordo com o que ela fez com o Micth, brincar com os sentimentos dos outros não é legal, não importa a sua situação. E se transformar em uma redoma de insegurança e egoísmo por causa de um homem não faz muito meu estilo de romance legalzinho.

No final das contas, a insegurança de Will pode acabar por só reforçar ainda mais a insegurança que já perpetua meninas que são consideradas fora dos padrões impostos pela moda, afinal, se Will tem receio do que os outros vão dizer, como isso pode ser uma lição positiva contra a opinião alheia e a autoaceitação? Essa visão acaba sendo um desserviço para tudo o que se tem feito para empoderar quem está acima do peso e acabar com o mito do corpo perfeito. Enfim, Dumplin não foi nada do que eu esperava, não encontrei na protagonista algo que me fizesse sentir tocada, apenas irritada.

O livro possui continuação, e espero imensamente que nela, Will se encontre e consiga se sentir feliz e passar a mensagem que eu gostaria de ter encontrado nesse volume. O filme teve seus direitos adquiridos para uma adaptação cinematográfica com o mesmo nome que promete lançamento para ainda esse ano.

Gostaria de lembrar que essa é a minha opinião pessoal da leitura, mas que ainda sim, o livro é uma leitura bacaninha para descontração, e que muitas pessoas podem ver nele a mensagem que não consegui captar. Então não use minha opinião como cheque mate, e sempre se dê a oportunidade de experimentar novos mundos.


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