Formas Reais de Amar || Contos , Romance || Solaine Chioro , Olivia Pilar e Lavínia Rocha || 262 || 2018 || Agência Página 7
Sinopse:
Que soem os sinos da Abadia, pois uma nova princesa surgirá no nosso mundo em maio deste ano! E, no universo da Agência Página 7, outras quatro princesas chegam para conquistar a literatura nacional. Nesta nova coletânea, reunimos quatro escritoras para contar as virtudes e desventuras de futuras herdeiras ao trono que, com muita sutileza, inteligência e solidariedade, foram criadas para serem grandes líderes. Mas será que é possível governar uma nação e ainda assim controlar o próprio coração? Continuando a valorizar a perspectiva “own voices”, em que o autor escreve sobre algum aspecto de sua vivência, “Formas Reais de Amar” dá espaço para protagonistas não brancas alcançarem a imaginação dos leitores e cativarem seus corações.
N
ão me entenda mal! Eu estou emocionadíssima com este livro que traz 4 - QUATRO - protagonistas negras, mas não é por isso que dei 5 estrelas, favoritei e considero meu mais novo queridinho. É porque este livro é TÃO BEM ESCRITO que renovou minhas esperanças na literatura nacional - vou quebrar a cara mais lá na frente? Óbvio, mas me deixa me iludir por enquanto.
Além das quatro - QUATRO!
Q
U
A
T
R
O
!!!!!
protagonistas negras, os contos respiram negritude para tudo quanto é lado. E TEM MAIS! Tem personagem japonês, tem romance lésbico, tem princesa gorda, tem princesa bissexual. EU ESTOU NAS NUVENS.
Sério, não consigo acreditar na qualidade deste livro. Contos maravilhosamente escritos, representativos, personagens cativantes, princesas excelentes... Tudo na dose certa. Tudo inserido com naturalidade.
Eu já conhecia a Lavínia Rocha, Olívia Pilar, Solaine Chioro e Val Alves pelas redes sociais e seus posicionamentos no feminismo e movimento negro, mas nunca tive oportunidade de ler seus contos e livros anteriores e como tive MUITA experiência ruim com autores nacionais, estava com medo de encarar esse. E depois de Formas Reais de Amar, eu com certeza lerei tudo o que elas já publicaram na vida.
Em meus 27 anos de vida, sabe quando eu li um livro com tantos personagens negros? NUNCA!!!! Eu estou feliz demais. Eu estava esperando que alguém com competência e de saco cheio das mesmas histórias de princesas ou não, mas com muitos personagens padrão botasse a mão na massa e me entregasse um enredo cativante, bem escrito, bem criado. Formas Reais de Amar mostra que você, escritor, não é representativo simplesmente porque NÃO QUER. Porque funciona uma história girar em torno de uma protagonista LGBTIQA+, POC, gorda, com deficiência e suas histórias devem incluir todo tipo de ser humano que exista.
Amei a enorme quantidade de personagens negros. Amei que havia princesa gorda e que todos os herdeiros do trono tinham mais de 19 anos. Amei a presença de personagem asiático e homossexual. E nenhuma inclusão tinha aquele ar de didatismo.
E como amei muito, vou falar por cima de cada conto para deixar você mais curiosos ainda:
Amei a escrita da Val Alves. Tudo parecia se encaixar bem e ter sido escrito por alguém que sabe o que está fazendo - acredite em mim, já li livros pavorosos que foram capazes de me traumatizar -. Foi minha primeira experiência com ela e isso restaurou minha fé nos escritores nacionais contemporâneos.
Também amei o jeito debochado com que a narrativa foi contada. Soltando uma indireta daqui, um comentário meio venenoso de lá. Tudo verdades - ainda mais sobre as famílias reais, seus protocolos bestas e suas tradições arcaicas.
Gostei tanto deste conto que vou fingir que não foi meio forçado. Aceito isso porque a) senão não teríamos história e b) a construção da personagem indica que ela é meio desligada da realidade. E eu poderia torcer o nariz para esse traço da personalidade dela, mas minha irmã é igualzinha, então, sim, acredito em pessoas como Catarina.
Só elogios à escrita da Solaine, por que como não? Maravilhosa, precisa, natural, excelente mesmo. O que não ficou à altura assim foi a revisão. Foi o conto em que mais detectei erros de português, palavras truncadas, falta de preposição, essas coisas. Mínimas, mas se a editora pudesse rever isso, seria fantástico.
Claro que nada disso atrapalhou a história de nossa princesa Kayla, maravilhosa, segura de si. E o Thando <33
Adivinha só? Apaixonada pela escrita, estou vendida pelos personagens, desejando alguém para assessorar minha vida competente como Akilah - e urgente, por favor!.
Mas ainda que tenha shippado achei a atração entre eles meio descabida já que a) eles não se viam há muito tempo e b) seus reinos são inimigos e foi dito que Minas e Gerais se odiavam desde o período que culminou na divisão do país. Então quando os herdeiros começaram a flertar e outras coisitas mais, eu fiquei meio confusa dessa atração tão rápida fazê-los esquecer que deveriam se desgostar um cadinho.
Achei muito ligeiro, mas pelo menos ficou claro que se tratava de atração e não amor (esse barulho que vocês ouvem sou eu suspirando de alívio).
E sim, eu gostaria que mais, sobre a rixa entre Minas e Gerais fosse dito, mas tudo bem que não foi.
OMG, uma princesa FUI EU QUE PEDI SIM. E as cenas do casalzinho eram tão FOFAS!!!!!!!!!!!!!
Fiquei impressionada como a Olívia conseguiu criar uma história de amor, encontros e desencontros em poucas palavras. Ficou redondinho.
Aliás, impressionada é o adjetivo para me descrever em relação a este livro. Tudo funcionou bem. A impressão que tive é que as quatro escritoras se encheram dessas histórias clichês da realeza e resolveram provar que uma adição de originalidade funciona muito bem e é bem vinda.
Não tem instalove, não tem boy lixo, a primeira descrição das pessoas que serão par das princesas não é sobre beleza, dando a entender que foi a razão deles terem se apaixonado. Formas Reais de Amar é uma preciosidade e eu guardarei num potinho.
E como amei muito, vou falar por cima de cada conto para deixar você mais curiosos ainda:
Catarina, do Reino Unificado
Catarina, do Reino Unificado Agora, se a vida de uma princesa parece ser puro glamour, Valéria Alves revela que não é bem assim com a história de Catarina, que só queria comer pão de queijo durante o coffee break de uma simulação da ONU e acaba no meio da multidão em frente à Abadia de Santa Rita de Cássia, no evento mais importante do ano, e descobre que seu príncipe está mais perto do que ela imagina.
Amei a escrita da Val Alves. Tudo parecia se encaixar bem e ter sido escrito por alguém que sabe o que está fazendo - acredite em mim, já li livros pavorosos que foram capazes de me traumatizar -. Foi minha primeira experiência com ela e isso restaurou minha fé nos escritores nacionais contemporâneos.
Também amei o jeito debochado com que a narrativa foi contada. Soltando uma indireta daqui, um comentário meio venenoso de lá. Tudo verdades - ainda mais sobre as famílias reais, seus protocolos bestas e suas tradições arcaicas.
Gostei tanto deste conto que vou fingir que não foi meio forçado. Aceito isso porque a) senão não teríamos história e b) a construção da personagem indica que ela é meio desligada da realidade. E eu poderia torcer o nariz para esse traço da personalidade dela, mas minha irmã é igualzinha, então, sim, acredito em pessoas como Catarina.
Kayla, do Reino de Sídera
Kayla, do Reino de Sídera Já Solaine Chioro conta a história da futura governante de Sídera, uma jovem que fez de tudo para fugir e esconder seus sentimentos, mas que agora tem que enfrentar não só o compromisso com seu reino, como lidar com suas inseguranças e se abrir para o amor.
Só elogios à escrita da Solaine, por que como não? Maravilhosa, precisa, natural, excelente mesmo. O que não ficou à altura assim foi a revisão. Foi o conto em que mais detectei erros de português, palavras truncadas, falta de preposição, essas coisas. Mínimas, mas se a editora pudesse rever isso, seria fantástico.
Claro que nada disso atrapalhou a história de nossa princesa Kayla, maravilhosa, segura de si. E o Thando <33
Lorena, do Reino de Minas
Lorena, do Reino de Minas Lavínia Rocha traz a rivalidade dos reinos Minas e Gerais, onde seus herdeiros têm que trabalhar juntos para amenizar os problemas sociais e políticos e acabam descobrindo que a parceria deles vai além do simples dever com a Coroa.
Adivinha só? Apaixonada pela escrita, estou vendida pelos personagens, desejando alguém para assessorar minha vida competente como Akilah - e urgente, por favor!.
Mas ainda que tenha shippado achei a atração entre eles meio descabida já que a) eles não se viam há muito tempo e b) seus reinos são inimigos e foi dito que Minas e Gerais se odiavam desde o período que culminou na divisão do país. Então quando os herdeiros começaram a flertar e outras coisitas mais, eu fiquei meio confusa dessa atração tão rápida fazê-los esquecer que deveriam se desgostar um cadinho.
Achei muito ligeiro, mas pelo menos ficou claro que se tratava de atração e não amor (esse barulho que vocês ouvem sou eu suspirando de alívio).
E sim, eu gostaria que mais, sobre a rixa entre Minas e Gerais fosse dito, mas tudo bem que não foi.
Amara, do Reino das Marés
Amara, do Reino das Marés Olívia Pilar mostra como nem sempre conseguimos fugir do nosso destino, mas podemos nos adaptar a ele, narrando a trajetória da herdeira do Reino das Marés, que decide passar um tempo bem longe de casa, e o que era apenas um momento para descanso e reflexão acaba se mostrando um divisor de águas na vida dela.
OMG, uma princesa FUI EU QUE PEDI SIM. E as cenas do casalzinho eram tão FOFAS!!!!!!!!!!!!!
Fiquei impressionada como a Olívia conseguiu criar uma história de amor, encontros e desencontros em poucas palavras. Ficou redondinho.
Aliás, impressionada é o adjetivo para me descrever em relação a este livro. Tudo funcionou bem. A impressão que tive é que as quatro escritoras se encheram dessas histórias clichês da realeza e resolveram provar que uma adição de originalidade funciona muito bem e é bem vinda.
Não tem instalove, não tem boy lixo, a primeira descrição das pessoas que serão par das princesas não é sobre beleza, dando a entender que foi a razão deles terem se apaixonado. Formas Reais de Amar é uma preciosidade e eu guardarei num potinho.
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